Religião é importante para as crianças?

Religião é importante para as crianças?


Religião ajuda sim, mas vamos combinar que não é fundamental para formação do caráter dos filhos.

A crença em uma força superior é aliada dos pais na criação dos filhos e pode ser positiva, certamente, desde que não seja imposta e tampouco estimule conflitos familiares.

Amar o próximo, aceitar e respeitar as diferenças, fazer o bem sem olhar a quem. Esses são alguns valores que guiam as famílias e a educação das crianças, sem necessariamente ter relação com uma religião específica. O papel da crença religiosa na vida das crianças, portanto, vai muito além do cumprimento de rituais obrigatórios. Para os especialistas, é sobre desenvolver um olhar mais compassivo no dia a dia. Mas só a religião tem esse poder?

“A religião é um eixo sobre aprender a conviver, viver junto com os demais. Quando ela dá esse sentido social, comunitário e de relacionamento pacífico, é um ótimo componente para o desenvolvimento infantil. É sobre aprender a respeitar o outro e colher os frutos do que você plantou, pensando em qualquer religião. Não é o nome ou a tradição religiosa que qualifica essa educação. É o que ela imprime de valor na vida de crianças e adolescentes”, afirma Ascânio João Sedrez, diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo.

Do mesmo jeito que não existe uma doutrina melhor do que a outra, em termos de valores e ideais, não se pode dizer que a descrença absoluta tem exclusivamente efeitos negativos na vida e educação dos filhos. Muito pelo contrário. Quando desassociamos valores morais da ideia de uma divindade superior, nada da essência é perdido. Amor, compreensão, respeito e compaixão são valores que transcendem os limites religiosos.

O direito de ser livre de imposições

Em diversos setores da vida, os pais são o grande espelho dos filhos. Por isso, a vivência religiosa das crianças segue os passos deles, pelo menos nos primeiros anos de vida. Conforme os pequenos crescem, é natural que surjam questionamentos ou até conflitos de ideias. Nesse momento, é fundamental respeitar o desejo dos filhos e evitar atritos caso eles se identifiquem com outra doutrina ou até mesmo com nenhuma.

Discordâncias

Se a religião é fonte de conflito em casa por causa de discordâncias pessoais dos pais, os efeitos negativos sobre as crianças são muito maiores. Disputar os pequenos para que sejam convertidos pode gerar traumas e total aversão à ideia de espiritualidade. Nesses casos, uma criação livre da crença em uma força superior é mais saudável, porque se afasta dos conflitos e do próprio fanatismo religioso.

A referência da criança não está em Deus, e sim no pai e na mãe. Não é só a religião que vai formar o caráter da criança. Todas podem ser benéficas ou prejudiciais, o que muda é a forma como isso chega ao pequeno. Você pode passar noções sobre a importância do amor e do respeito, por exemplo, sem se aliar a uma religião. Mesmo assim, é muito difícil, porque ela funciona como um guia para os pais e ajuda nessa tarefa de criar os filhos.

Se o respeito às diferenças e o amor são a base das doutrinas religiosas, então a ideia de não crer em Deus não precisa ser encarada como algo negativo. Afinal, quantas não são as pessoas que têm uma crença religiosa e, na prática, funcionam de outra maneira? É uma contradição. Frequentar uma religião não significa praticar, de verdade. Não ter uma crença não quer dizer que você é incapaz de amar o próximo e os filhos precisam ser criados com essa noção, não é mesmo?

Conte para nós o que você pensa de práticas religiosas quando o assunto são as crianças!

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