Para as crianças, não existe tempo cronológico. Por isso, elas não entendem os nossos horários e intervalos de alimentação. Quando recebem um alimento que lhes agrada, mesmo que não estejam com fome, podem comer até passar mal, pois ainda não conhecem os sinais da sua saciedade.
A saciedade é o estado de uma pessoa que está completamente satisfeita com a sua alimentação. Essa sensação é controlada pelo hipotálamo, região do cérebro que determina a fome e a satisfação. Quando comemos, nosso estômago dilata-se e envia um recado para o cérebro. Essa mensagem demora até 20 minutos para chegar. Só depois disso que nos sentimos satisfeitos.
Nas crianças, o processo ocorre da mesma maneira. A diferença é que elas podem não conseguir compreender essa sensação e precisam ser orientadas. São os pais que formarão esse controle interno da criança sobre a fome e a saciedade.
Interferências dos pais na alimentação
A influência dos pais na quantidade da comida ingerida faz muita diferença na criação da consciência da saciedade. Se depois de comer e se sentir satisfeita a criança negar o resto da comida e os pais insistirem, ela entenderá que aquele não é o seu limite e que deve comer mais. Assim, sua lógica de saciedade vai ficando comprometida – resultando, em longo prazo, em aumento de peso e até obesidade infantil.
A introdução alimentar da criança deve ser feita a partir dos seis meses de idade, de forma lenta e gradual, em conjunto com o aleitamento materno, que pode se estender até os dois anos de idade. Nesse começo, é provável que a criança estranhe os novos sabores e texturas; afinal, tudo é novidade.
Dicas para a alimentação e saciedade infantil
Crie horários
O simples fato de criar uma rotina alimentar para a criança, com horário certo para café da manhã, almoço, lanche e jantar, estimula o hábito da dieta intervalada e ajuda a criança a controlar e sentir fome. Pode ser que no começo ela estranhe e peça alimentos fora de hora. Mas, aos poucos, ela vai entendendo como funciona essa nova rotina e se adapta à condição.
Seja o exemplo
Os filhos se espelham em seus pais e, com a alimentação, isso não é diferente. Desde pequena, a criança observa o que os pais comem, como comem e em que quantidade. Por isso, a família precisa estar atenta para não criar uma ambiente de alimentação excessiva. Pais que comem demais e ignoram os sinais da saciedade ensinam os filhos a agir dessa maneira.
Determine as porções
Existem duas situações: a que a criança come até ser impedida e a que ela não quer mais comer. Ambos os casos merecem atenção, pois elas ainda não sabem qual é a quantidade certa que podem e devem ingerir.
Por isso, avalie qual é a quantidade de comida adequada para a idade da criança e sirva essa porção. Quando o bebê começa a sua introdução alimentar, com seis meses de idade, sua capacidade gástrica é de 20-30ml/kg do seu peso. Isso pode parecer muito pouco, mas é realmente tudo o que ele necessita.
Entenda as necessidades
Algumas vezes, os pais podem confundir outros incômodos sentidos pela criança – como sono, frio, calor, carência ou fraldas sujas – com a fome. Isso acaba fazendo com que eles ofereçam comida ao bebê a todo momento, sendo que, na verdade, o que ele sentia não era necessidade de comer.
O oferecimento excessivo de comida pode interferir no autocontrole da criança por alimentos e também estimular a capacidade gástrica, o que é um fator de risco para a alimentação em excesso e o sobrepeso.
Estimule a concentração
O momento da alimentação deve ter atenção exclusiva para a comida. Portanto, evite levar brinquedos ou outras distrações à mesa. Também não é indicado que a criança faça suas refeições assistindo a vídeos ou desenhos. Todos esses estímulos desviam a concentração dela da comida, prejudicando a percepção da saciedade e podendo gerar uma alimentação excessiva.
Você já conhecia essas dicas para a criança compreender a sua saciedade? Conhece outras? Deixe aqui o seu comentário!
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