Deixar o bebê em casa? Não estar em casa quando a criança chega da escola? E se ela quiser comer algo e você não estiver perto porque está trabalhando? Estas angústias estão dentro de todas as mães que precisam deixar a criança com outra pessoa para poder seguira sua carreira. A tentativa de ser a mãe perfeita faz com que mães de diversas idades e com filhos em diversas fases se sintam culpadas.
Essa tentativa tem um fundo social. Afinal, é a mãe quem é mais cobrada em relação à educação da criança. Isso acontece com a família, os amigos e a sociedade em geral.
Culpa? Por que ela acontece?
Educar uma criança não é tarefa simples. Mesmo com todo o cuidado do mundo, pode ser que ela não responda bem a alguma expectativa dos pais. O motivo? Variação individual, gostos e maior aptidão para uma coisa do que para outra, entre outros. O problema é que quando algo não sai da maneira como todos esperavam, de quem é a culpa?
Quase nunca o pai é lembrado nessas horas. “Ele fez isso porque a mãe não educou”, é o que mais se escuta. A figura paterna não existe nessas horas e a cobrança cai em cima da mulher, da mãe. Tem como não se sentir angustiada de não estar amparando o pequeno 24 horas por dia?
Para “ajudar”, ainda tem avós e tias querendo ensinar a mãe a educar o próprio filho. Elas faziam diferente? Sim, provavelmente! Afinal, a época era outra, os costumes eram outros e a expectativa para o futuro da criança era outra. A educação hoje realmente não pode ser a mesma que sua avó ou mãe deram aos filhos. Algo tão natural, muitas vezes, torna-se uma cobrança. Qual mãe nunca ouviu frases como “eu nunca deixaria minha filha fazer isso” ou “você está ensinando tudo errado para esta criança”? Cobranças sem fundamento que só ajudam a aumentar o sentimento de culpa de quem cria um filho, trabalha e precisa passar horas longe dele.
Será que alguém precisa de uma mãe perfeita?
Claro que não! Para começar, o que é ser perfeito? A ideia de perfeição muda para cada indivíduo. Assim, torna-se impossível ser como sua mãe achava que você deveria ser e, ao mesmo tempo, seguir a forma como usas tias gostariam que você educasse o seu filho. Lembre-se: o filho é seu e não precisa do que os outros querem, mas sim de uma mãe coerente.
O melhor a ser feito é deixar essa sensação de culpa longe de você. Nenhuma criança precisa de uma mãe culpada, concorda? “Filhos precisam de mães coerentes. Mãe culpada não consegue educar e muito menos sentir prazer na maternidade”, afirma Betty Monteiro, mãe de Gabriela, Samuel, Tarsila e Francisco, psicóloga, pedagoga e escritora em entrevista à revista “Pais e Filhos”.
Ela orienta que lidar com a culpa e, principalmente, confiar em si mesma, é o melhor caminho para orientar os filhos e criá-los da melhor maneira. “É muito mais fácil educar se direcionando por aquilo que você pensa do que buscar modelos que não vão ao encontro da sua concepção de vida”, alerta.
Qual mãe você quer ser? A culpada ou a coerente? Deixe o seu comentário!