Quem tem mais de um filho conhece a situação: você está na sala ou na cozinha e de repente ouve aqueles gritos vindos do quarto sobre um canal na televisão, um brinquedo que os dois querem ou uma atitude que um deles não gostou. Começa devagar e, de repente, está muito exaltado. E, muitas vezes, você é quem tem que resolver! Especialistas dizem que diferenças entre irmãos são normais, porque são como um treino para a sociedade lá fora. Com os irmãos, aprendemos a dividir, compartilhar, conversar e brigar também. Mas os pais devem saber quando interferir e o que fazer quando a situação sai do controle.
Essas brigas podem acontecer com irmãos em qualquer fase e com qualquer diferença de idade. Irmãos mais velhos podem implicar com irmãos mais novos por ciúmes, por exemplo. Ou irmãos mais novos podem ficar com inveja da liberdade do irmão mais velho e tentarem se vingar de alguma forma. Estudos comprovam que meninos irmãos com 6 ou 7 anos estão no auge de sua rivalidade. Entre irmãs, o auge ocorre no início da adolescência. Em qualquer um desses casos, quando e como interferir sem privilegiar ninguém e nem incitar mais brigas?
A interferência depende de cada caso, mas, geralmente, a hora certa de agir é quando a briga toma proporções grandes demais e os filhos estão alterados, chorando ou gritando muito. Ou ainda, quando a discussão partiu para uma briga de verdade, com agressões verbais ou físicas. Não deixe que seus filhos machuquem um ao outro, porque depois desse tipo de agressão, eles vão demorar ainda mais para fazer as pazes. Quando for separar a briga, não faça aos berros. Tenha autocontrole para pode ensinar essa lição a eles. Não esqueça: você é o adulto!
Depois de separados, explique a eles que essa raiva não vai resolver nada. Escute os dois lados da briga e entenda como começou. Peça para que cada um explique seu lado para o irmão, mas não force que eles se reconciliem nesse exato momento, ou pode ser só da boca para fora – e eles vão voltar a brigar assim que você virar as costas. Decida como eles vão ser punidos e, mais importante, aplique o castigo nos dois. Não importa quem começou; a situação é prejudicial para ambos.
Mas e se seus filhos brigam demais? Primeiro, procure entender as causas deles. Crianças muito irritadas podem estar pegando o exemplo dentro de casa. Como você e seu cônjuge se relacionam? Discutem muito um com o outro? Estão sempre de mau humor? O comportamento das crianças pode ser um reflexo de seu comportamento. Tente criar um ambiente mais saudável e leve, para que elas não sintam necessidade de partir para a agressão sempre que tiverem um problema.
Além disso, dê atenção às duas crianças. Não deixe que sua afinidade com uma delas pareça predileção. Saiba do que as duas gostam e tenha seu tempo à sós com elas! Evite fazer comparações, também. Para criticar o comportamento de um filho, você não precisa colocá-lo contra o outro. Crie situações para os dois se divertirem juntos e para que criem um laço de companheirismo. É importante não transformar um no vigia do outro e não criar dedos-duros! Isso só vai fazer com que eles sempre desconfiem um do outro.
O mais importante é conhecer seus filhos e fazer com que eles saibam que você os ama. Não deixe que pensem o contrário. E faça com que eles se conheçam e se entendam. Se as brigas não forem exaltadas, deixe que eles briguem, também. Fique sempre de olho, mas deixe que seus filhos se desenvolvam naturalmente, lado a lado. Só o laço de sangue não é suficiente: eles devem se tornar amigos! E assim, um dia, essas brigas vão ser motivo de risadas.
E então, o que você pensa a respeito desse assunto? Deixe o seu comentário!