É um fato comprovado que as crianças absorvem, interpretam e usam tudo o que escutam no dia-a-dia. Pais sempre se lembram daquela vez que o filho disse algo que não devia por ter escutado um adulto falando aquilo, não é? Os pequenos são rápidos e aprendem palavras novas com facilidade.

Do mesmo modo, eles reagem a essas novas palavras de maneiras diferentes. Você já parou para pensar em como seu filho pode reagir a um elogio? Quando você diz “que bonito!” ou “muito bem!”, como essa informação é processada por ele? Existe uma maneira certa de elogiar? De acordo com a ciência, sim.

O experimento do elogio

Em um estudo psicológico, dois grupos de crianças receberam a mesma tarefa – de dificuldade mediana, que todas puderam realizar com algum tempo. Todos foram elogiados depois de cumprirem a tarefa. As crianças do primeiro grupo receberam elogios como “genial!”, “estou orgulhoso, você é muito inteligente!” e “como você é esperto!”. Ou seja, receberam elogios relativos a elas mesmas.

O segundo grupo, por outro lado, recebeu elogios relacionados à tarefa: “você se dedicou muito!”, “eu vi como você se esforçou!”, “você é mesmo muito persistente!”, etc. Logo depois, outra tarefa foi designada para as crianças, de igual dificuldade, mas dessa vez foi dada a escolha: elas não eram obrigadas a realizá-la. A maioria das crianças do primeiro grupo simplesmente não quis fazer, enquanto a maioria do segundo resolveu tentar.

Isso aconteceu, segundo os especialistas, porque as crianças do primeiro grupo tinham ganhado um elogio quanto à sua capacidade inerente e, quando desafiadas para a segunda tarefa, sabiam que aquela capacidade estaria sendo posta à prova. Com a segunda tarefa, elas poderiam perder o título de inteligentes, geniais, espertas. Já as crianças do segundo grupo não tinham nada a perder: mesmo se não conseguissem realizar a tarefa, elas sabiam, por causa dos elogios que receberam, que o mais importante é tentar e se dedicar.

O elogio motivacional

É importante elogiar as crianças para que elas se sintam motivadas a melhorar e tentar. Mesmo o mais inteligente dos jovens pode não passar no vestibular se não estudar todos os conteúdos e não se esforçar. Ficar insistindo que ele é inteligente e, por isso, sem dúvidas vai passar, só vai trazer frustrações! Tente incentivar seu filho com elogios ao trabalho e ao esforço dele, em vez de rotulá-lo com um elogio que pode se converter em decepção mais tarde.

Além disso, não se esqueça de que essa não é só uma questão acadêmica: seu filho tem que aprender valores humanitários e se esforçar para ser sempre um ser humano melhor. Lembre-se de dizer que ele é um bom amigo por ter emprestado um brinquedo ou que ele foi honesto quando disse a verdade em uma situação que o colocaria de castigo. Ressalte essas características que fazem dele um cidadão melhor.

É claro que qualquer pai se sente tentado a elogiar a beleza do filho, por exemplo, mas sempre deixe claro para ele que essa não é a coisa mais valiosa que ele pode dar ao mundo. Ensine se filho, através de suas palavras, a ser mais bondoso, dedicado, generoso e persistente. Ele vai se tornar um adulto mais realizado no futuro!

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